e foi assim que aconteceu…

e foi assim que aconteceu…


E foi assim que aconteceu:
estava parado de frente ao mar observando o vai e vem das ondas que agitavam-se pelos ventos fortes que insistiam em soprar, quando observou, bem ao longe, o voar de um pássaro.
O pássaro voava tranquilo. Mesmo com todo o vento, conseguia pairar suavemente entre as águas do mar. Percebeu um grande contraste entre a agitação do mar e o voar do pequeno pássaro.
Refletiu então, como poderia ter sido sua vida até então. 
Percebera que poderia ser como o mar. O mar, segundo observava, estava agitado pelo vento. Ia e vinha a todo momento com grande fúria e simplesmente quebrava suas ondas na areia da praia. Ao fazer isso, deixava de ser onda e passava a ser mar. Toda a fúria da onda, ao chegar à praia passava a ser mar. Mar que voltava para onde estava. E assim pensou que em muitas situações poderia ter agido assim como o mar. Levado pelo vento que era forte e impetuoso, geraria ondas que seriam capazes de fazer as coisas que não costumava fazer, pensar de forma que não costumava pensar, falar o que não não costumava falar. Como onda, levantaria a alturas inimagináveis para depois quebrar na areia voltando a ser mar.
Percebera então que poderia ser como a do pássaro também. O pássaro, ao contrário do mar, simplesmente dançava com o vento. Ora indo para um lado, ora indo para o outro. Simplesmente planava por sobre as ondas agitadas que estava abaixo. Dançava a música da forma como era tocada. Percebera que se tivesse a atitude do pássaro, viveria mais tranquilo. Repousaria no meio da turbulência e voaria, ou antes, planaria (pois planar nada mais é que deixar ser conduzido pelo vento). 
Após refletir, considerou que na vida, deveríamos ser ora como o pássaro, ora como a onda, ambos direcionados pelo vento. Afinal, a cena só ficava bonita quando havia o contraste entre a singeleza do voar com a impetuosidade do quebrar das ondas.
E levou aquela lição para a vida. 
Decidiu mesclar o ser singelo com o ser impetuoso e percebeu que sua vida ficara mais bela tanto para si, quanto para os que o viam de longe…

Fabrício Veliq
04.02.10 21:36

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