algumas considerações…
Tenho pensado em mudar o nome do blog. Talvez não chamá-lo “coisas de matemático”.
Tenho percebido que, muitas vezes, ao falar o nome do blog, as pessoas pensam que se trata de matemática; e uma vez se tratando de matemática, acham que o blog é muito chato e incompreensível e, dessa forma, não entram nele. Não que, mudando o nome, deixará de ser chato e incompreensível para alguns, todavia mudará o estereótipo da primeira impressão do nome.
Pensei em colocar algo como fveliq, ou simplesmente veliq, ou qualquer coisa do tipo ligando mais o blog a mim mesmo do que à matemática.
Mas, na verdade, o blog não fala sobre matemática, fala sobre o matemático. Se perceberem, deve haver, no máximo, 5 textos sobre matemática no blog. Coisas de matemático, na verdade, são as coisas que o matemático que sou pensa, as coisas que gosta e as coisas que sente. Dessa forma, talvez devesse mudar o nome para fveliq, uma vez que, antes de ser o matemático, sou o Veliq e antes de entrar na matemática, já pensava como o Veliq.
Penso que o nome tem o poder da definição. A partir do momento em que o nome é dado, não é mais qualquer coisa, antes, aquilo será chamado e lembrado de acordo com o nome dado. Acredito que por isso que, várias vezes, Deus trocou o nome das pessoas que andavam com Ele. Lembremos de Jacó que passou a chamar Israel, de Abrão, que passou a chamar Abraão, mais a frente Nabucodonosor trocou o nome de três israelitas para Sadraque, Mesaque e Abde-Nego. E, como último exemplo, Jesus que disse a Pedro: “Tu agora se chamarás Cefas”.
Em todos esses casos, a troca de nome vinha pelo novo significado que havia nesse nome. Mas, será que a troca do nome do blog trará novo significado ao blog? Acredito que não. Uma vez que o Veliq matemático é o mesmo Veliq não matemático, simplesmente com um plus de saber algumas relações matemáticas. Sendo assim, é desnecessária a mudança
Penso também: compensa mudar o nome simplesmente pelo estereótipo que esse nome traz e para que haja mais acessos? Os que avaliam pelo estereótipos são os que, na verdade, não tem coragem de conhecer de forma mais profunda. Percebo isso no nosso dia-a-dia. Julgamos pelo estereótipo, nos aproximamos de alguém pelo estereótipo, atribuímos espiritualidade pelo estereótipo, julgamos se obras são ou não são de Deus pelos estereótipos. E, quase sempre, nos enganamos com isso.
E assim, tentamos mudar a nós mesmos para que as pessoas nos vejam de outras formas, para que, alcancemos o estereótipo sugerido pelo grupo, sociedade, religião e várias outras coisas. E vamos perdendo nossa individualidade e muitas vezes nossos valores.
Se as pessoas fossem como o mar, os estereótipos na verdade seriam como a superfície do mesmo. O lugar onde todos ficam. O que se é, geralmente, está mais ao fundo e somente os que tem coragem para mergulhar é que contemplam a beleza ou a não-beleza das pessoas.
No meu email há uma frase que diz: “fique na paz de Cristo em quem não há estereótipos, pois Nele tudo e todos se manifestam como realmente são”.
Penso que Jesus é esse mergulhador que não se importa com o estereótipo, antes, e como sempre, mergulhava no interior da pessoa e da situação para saber o que realmente era.
Que sejamos como Jesus. Não vivendo somente nas superfícies do mar (pessoas e situações), mas mergulhando em suas águas para contemplar as reais belezas e mazelas que há nelas. E assim, poderemos admirar mais as pessoas e, como agentes do Reino, auxiliar no sarar de suas feridas…
Ps: o nome do blog continua o mesmo. Quem quiser conhecer o matemático, que mergulhe nas águas do blog. Se as visitas forem poucas, que os poucos que entrarem, sintam que foi um bom mergulho. Esses conhecerão tanto o Veliq matemático, como o Veliq não matemático se é que há alguma diferença entre os dois. Seria outra excelente coisa para discutir, mas não farei isso nesse texto…
Fabrício Veliq
31.01.10 13:52
Sei que minha expressão ao ouvir o nome do blog teve ter sido realmente de desconfortável.
Nunca tive um "bom relacionamento" com essa ciencia tão "exata". Porém, foi exatamente isso que me impulsionou a conhece-lo – A oportunidade de aprender com o diferente.
Muito me surpreendeu ver que um matemático pode curtir o devaneio das ideias abstratas (entender a dinâmica histórica que relaciona um velho barbudo,um sonho e um aspiral …. )e tornar tangível e atual a grandeza da exatidão da Palavra.