a menininha e suas amigas borboletas

a menininha e suas amigas borboletas

Era uma vez uma pequena menina que gostava de observar as borboletas. Achava muito bonito o modo como voavam e o modo como paravam de flor em flor todos os dias. Gostava de ver suas asas coloridas e os desenhos que formavam.
Quando havia muitas em seu jardim, imaginava que as mesmas estavam ouvindo alguma música e todas dançavam ao som inaudível para a humanidade, tamanha a beleza e singeleza dos movimentos de todas elas.
Todo dia ao acordar, corria à varanda de sua casa que dava de frente para o jardim e observava o balé das borboletas sobre as flores brancas e vermelhas que haviam nele. Até tentava acompanhar a dança das borboletas fazendo os gestos com as mãos e balançando seus lindos cabelos castanhos.
Sua mãe, que todo dia percebia a alegria de sua filha ao observar as borboletas, cuidava de manter o jardim sempre bonito para que as borboletas sempre estivessem por lá para alegrar o dia da filhinha.
De tanto observar as borboletas, houve um dia em que a meninnha quis voar também por entre seu jardim juntamente com suas amigas de asas bonitas. Falou com seu pai sobre seu desejo e esse disse que não seria possível, uma vez que os humanos não poderiam voar por não terem asas, serem pesados demais e não ter uma aerodinâmica que otimizasse o processo de vôo . A pequena menininha saiu triste da conversa com o pai, pois imaginava que podia voar se quisesse e embora tenha recebido todas as informações da impossibilidade de vôo ainda continuava achando que poderia vencer essas dificuldades todas colocadas pelo seu pai.
Pensou um mês inteiro sobre isso. Ora pensava de forma cabisbaixa, achando que deveria desistir do seu sonho, ora pensava de forma animada que poderia um dia estar entre as borboletas de seu jardim. E todo dia continuava a observar as borboletas dançando seu balé.
Sua mãe, ao perceber que o olhar de sua filhinha estava mais triste por não ter achado uma solução para seu sonho, animou sua pequena filhinha para, juntas, vencer a gravidade e fazê-la dançar com as borboletas.
Foi quando perceberam, passando no meio do jardim, antigos fios de nylon, quase transparentes, da árvore da frente da casa até a varanda da mesma. Os fios eram ligados por roldanas e serviam antigamente como varal para o antigo morador. E aí, subitamente, um lampejo passou na mente da pequena garotinha. E se eu deslizar sobre esses fios mamãe? Você pode puxar como se estivesse puxando o varal. Aí eu posso parar onde quiser e ir de lá para cá como minhas amigas borboletas.
Sua mãe, de início achou a idéia meio absurda, mas consentiu em fazer o teste. Enquanto a menina descia por um fio, sua mãe a segurava pelo outro. E assim, fizeram um pequeno banquinho de lençóis de modo que a pequena menininha pudesse deitar sobre ele, e ela começou a deslizar.
E o sorriso da menininha, ao perceber que as borboletas a acompanhavam pelo jardim, fez sua mãe perceber que sua filhinha conseguiu o que queria, ou seja, agora ela voava juntamente com suas amigas borboletas. As borboletas dançavam com suas asas, a menininha dançava com seus lindos cabelos, mãos e pés. Todas juntas. E assim, a menininha pode ouvir o inaudível, pode dançar a dança que as borboletas dançavam, ver as flores na perspectiva que só as borboletas viam. E todos os dias a partir desse, na parte da manhã, a menininha dançava o balé com suas amigas sabendo que pode realizar seu sonho de voar como as borboletas. E sua mãe, ao perceber a profundidade dessa experiência, escreveu em seu diário nesse dia:
“Nunca desista de seus sonhos. Quem tem um grande sonho é maior do que quem possui todos os fatos”

Fabrício Veliq
17.11.2009 12:57

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