Renasce a esperança

Renasce a esperança

Imagem: Folha de São Paulo: https://pbs.twimg.com/media/FgWYt4cX0AEMsQg?format=jpg&name=900×900. Em: https://twitter.com/folha/status/1586842553168629760


O último domingo, dia 30/10/2022, foi um dia muito difícil e angustiante para as pessoas que defendem a democracia. Ele começa com a informação amplamente divulgada que mostrava que agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estavam descumprindo decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fazendo operações nas estradas do país, concentrando suas ações no Nordeste, onde Lula tinha maior quantidade de votos. Tudo leva a crer que tal operação foi meramente política, a fim de minar votos do Partido dos Trabalhadores.

Ao longo do dia, segue o imbróglio até que, no início da tarde, o Diretor-geral da PRF chega para prestar satisfações ao TSE, que ordena o interrompimento das operações. Junta-se a isso a apuração dos votos que se seguiu até quase oito horas da noite. Felizmente, apesar de todo uso do aparato público, compra de votos, fake news e tantas outras artimanhas feitas, o atual governo terá que sair a partir de 01/01/2023.

Esses momentos de tensão deram, então, lugar a uma euforia muito grande assim que o resultado foi divulgado. Tal sentimento é fruto da esperança que tal eleição simboliza. Diante de dois cenários e duas propostas de país que tínhamos diante de nós, o Brasil escolheu a opção democrática, aquela que ao longo de sua caminhada histórica se colocou em favor da democracia, respeitando as instituições e as regras do jogo.

Ao vermos um candidato que foi preso injustamente, vítima de um processo ilegal, típico caso de lawfare, como mostrado por inúmeros profissionais do Direito e cuja inocência foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sendo agora reeleito para seu terceiro mandato como presidente, tal fato faz renascer a esperança de que ainda há solução para o fosso no qual entramos nestes últimos 4 anos.

Essa esperança, mais uma vez, só foi possível por causa do povo pobre, dos chamados favelados e incultos pelos diversos aporofóbicos que se espalham nas diversas classes espalhadas pelo país. Mostra, como ressalta diversas vezes o texto bíblico, que a salvação vem dos pobres, vem dos diversos rincões deste mundo, vem do povo que sofre, que não se dobra, que resiste firmemente apesar das lutas diárias.

Assim como nossa salvação veio da periferia da Palestina, ontem também fomos um exemplo de que nossa esperança de dias melhores veio das diversas periferias espalhadas pelo nosso país.

A esperança renasce em nosso país e isso é motivo de nos alegrarmos. Ainda que tenha sido uma vitória apertada, mostrando que quase 50% do país compactua com um governo perigoso de extrema-direita, as urnas mostram que aqueles e aquelas que desejam a democracia está em maior número.

A alegria que tal resultado nos traz não deve, contudo, fazer com que nos acomodemos. Como típico da esperança, continuarmos ativos é necessário. A luta em favor das pessoas pobres, marginalizadas e oprimidas não se encerra com a eleição. Ela continua, e por isso mesmo, tal alegria merecida deve caminhar junto com a consciência de que há muito ainda para se fazer.

Anunciar essa esperança é também se comprometer a fazer um trabalho de base, ensinando os valores da democracia e incentivando a que mais pessoas das periferias participem dela para que não tenhamos, novamente, um governo que preza a morte e odeia os pobres. Essa tarefa é de cada um e cada uma de nós e não deve ser deixada para depois.

Esperança sempre exige ação. Ela renasceu e a partir de agora temos que cuidar dela para que ela cresça e dê seus frutos para nossa nação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *