Eleições 2022: que tipo de nação queremos ser?

Eleições 2022: que tipo de nação queremos ser?

Photo by Igor Rodrigues on Unsplash


Neste último domingo aconteceram as eleições 2022. Em vias normais, seria somente mais um dia em que brasileiros e brasileiras iriam votar para definir quem seria o próximo presidente, governador, senador, deputado federal e estadual que os representariam nos próximos quatro anos. Em outras palavras, seria mais um dia para participara da “festa da democracia brasileira”, sem nenhum tipo de receio sobre o resultado das eleições.

No entanto, as eleições deste ano não se trata somente disso. Muito além do cumprimento de uma obrigação enquanto cidadão e cidadã, temos muito mais em jogo neste ano. A decisão está entre um candidato democrático, que aceita as regras do jogo, e um candidato de extrema-direita, que já mostrou diversas vezes sua aversão aos processos democráticos, exaltando torturadores de um regime militar.

O candidato do partido militar (porque é bem notório que, na verdade, quem tem governado o país nos últimos 4 anos são os antigos militares, a quem o capitão obedece, pautando as políticas do país), ao longo de todo seu período de governo, mostrou seu grande desapreço à vida dos brasileiros e brasileiras, bastando para isso se lembrar do descaso para com a compra das vacinas, causando a morte de centenas de milhares de brasileiros que poderiam estar entre nós hoje. Da mesma forma, com uma política econômica cruel, continuando aquela pós-golpe de 2016, fez com que o Brasil voltasse ao mapa da fome.

Juntamente com isso, os casos de corrupção que pululam ao se investigar a vida de seus familiares, sendo o caso da compra de 51 imóveis com dinheiro vivo um dos mais absurdos que já ouvi falar desde a instauração de nossa república em 1889.

Do outro lado, temos um candidato mundialmente conhecido por suas políticas sociais e de inclusão, que foi um dos responsáveis pela criação de dezenas de universidades e centros técnicos no país, concedendo acesso a diversas pessoas de baixa renda a esses centros de estudos. Foi também um dos grandes responsáveis por tirar o Brasil do mapa da fome, incentivar a agricultura familiar, conquistar o respeito internacional, fazendo com que o Brasil fosse visto como possível potência mundial.

Um candidato com quem o povo se identifica, que aceitou ser preso injustamente, fruto de um processo que, além de ter quebrado a economia brasileira, ainda se mostrou um dos maiores exemplos de lawfare dos últimos tempos, como já apontaram diversos juristas nacionais e internacionais.

Claramente, isso não quer dizer que seu governo tenha sido perfeito e que não tenha havido falhas. Tiveram várias e os movimentos populares e de luta os apontaram e continuaram em sua luta para corrigir tais distorções.

Diante disso tudo, as eleições deste último domingo não é entre escolher um “candidato menos pior”, mas escolher entre a democracia e a extrema-direita, entre ênfase em políticas públicas e neoliberalismo a la “Chigaco boys”, entre paz e violência. Em outras palavras, é escolher que tipo de país queremos ser.

No momento da escrita deste parágrafo, fico sabendo do resultado da votação do 1º turno. Que decepção ver que tantos candidatos de extrema-direita foram eleitos no legislativo, bem como saber que teremos um grande trabalho para um segundo turno. O momento é de esperança, e como a esperança cristã não é passiva, mas ativa, faz-se necessária a continuidade da luta para que tenhamos um país mais justo e igualitário e tenhamos, pelo menos no Executivo, um respeitador da democracia.

 

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