sobre distâncias não percebidas…

sobre distâncias não percebidas…

Hoje uma pessoa que gosto muito pediu para que escrevesse sobre a questão do espaço que damos a outras pessoas e que, com o tempo, perdemos a pessoa.

Penso que é muito difícil definir até que ponto devemos deixar a pessoa ir. Não queremos cercear sua liberdade de ir e vir, nem tão pouco queremos dar a idéia que não nos importamos.

Comecei a pensar então sobre a necessidade de se tecer uma linha entre essas duas pessoas, algo que as deixem conectadas de maneira que sempre que se pense que o outro tem sido indiferente, olhe para essa linha e lembre que há algo que os une. Essa linha sendo infinita, dando total liberdade para a pessoa ir aonde queira ir e quão longe queira ir também, sem se preocupar em perder a ligação com quem fica. Ao mesmo tempo deve ser uma linha resistente, que não se arrebente com qualquer pressão que é feita sobre ela.

Pensei então no que seria necessário para tecer essa linha entre essas duas pessoas. Acho que para isso seria necessária a abertura por parte daqueles que desejam tecer a linha. Penso que é nesse abrir-se para o outro, no conhecimento dos defeitos e qualidades é que a linha é tecida.

Penso que a indiferença subjetiva, aquela que o outro sente mesmo a mesma não existindo, surge dessa não abertura, do não saber onde o outro está durante o convívio e da não explicitação do como que se é para o outro, seja por medo, esquecimento, etc.

Assim, uma vez a linha não sendo tecida e, juntamente com a indiferença subjetiva, a tendência é o espaço ficar distante demais para perceber o gesto de quem clama, o olhar de quem chora e muitas vezes a dor de quem vai sem querer ir.

Talvez passe por aí o porquê a distância aumenta tanto e a liberdade é vista como indiferença.

Como digo sempre, pensemos….

Imagem: http://www.flickr.com/photos/mattbell/2216421005/

Fabrício Veliq
05.05.11 – 20:36

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