sobre ventos

sobre ventos

Tenho pensado nesse dias sobre o vento. Jesus usou essa abordagem na sua fala com Nicodemos para explicar sobre aquele que é nascido do Espírito. Aquele que é nascido do Espírito é como o vento. Algumas coisas interessantes sobre o vento colocadas por Jesus é que ele sopra onde quer, ouve a sua voz mas não se sabe de onde vem nem para onde vai.

Refletindo sobre essas características, acho legal pensar que aquele que sopra onde quer, pode soprar onde não  se quer sentí-lo, pois diversas vezes não gostamos que apareçam os ventos. Quando varremos as folhas do quintal, não queremos que venham os ventos, uma vez que espalha aquilo que, muitas vezes, demoramos tanto para arrumar. Mas o vento sopra onde quer independente se o queremos ou não. Penso nisso como a total liberdade da parte de Deus para agir no mundo da forma que quer agir. Não sou dos defensores que Deus faz milagres a torto e a direita como um fast food que basta pedir e em 30 minutos seu pedido será atendido, mas acredito na soberania do Pai para fazer o que quer, na hora que quer e por meio de quem quer fazer. Entendo assim, o soprar onde quer.

Não podemos pensar que isso é uma mera autorização para intrometermos nas vidas e situações alheias nos considerando guiados pelo Espírito de Deus e como Ele sopra onde quer, então também podemos soprar. Não é essa a idéia. Até mesmo pois acredito que Deus não seja invasivo, mas simplesmente sopra.

Ouvimos a voz do vento mas não sabemos de onde vem nem para onde vai. Ou seja, ele simplesmente passa e o sentimos. Acredito que assim devemos ser como representantes do Reino. Diversas vezes Jesus levanta essa questão do passar desapercebido no mundo mas fazendo diferença no mundo. Relembro a comparação do reino como o fermento que leveda a massa e as palavras de que somos sal da Terra no sermão do monte. Tanto no fermento quanto no sal, os dois precisam desaparecer na comida preparada para dar sabor. Experimente comer a comida e o sal sem misturar bem como experimente deixar o fermento aparecer na hora que assar o bolo ou o pão. Com certeza ficará horrível. E isso também acontece quando não entendemos que devemos ser como sal e fermento que desaparecem mas fazem diferença.

O Reino não é de alarde, não é de aparições megalomaníacas, antes de simplicidade e desaparecimento para aparecimento na hora certa para ser como a candeia que, colocada no alqueire, ilumina a todos que estão a sua volta. Só ilumina e não ofusca o caminho.

Para mim ser vento, é esse passar que traz refrigério, esse passar que muitas vezes desfaz paradigmas antes ajuntados, esse agitar que mudam as coisas de lugar se o vento for forte. Mas nunca para mostrar-se como vento.

O vento é ouvido. Seja pelos mais atentos, sejam por quem só ouvem os furacões, mas é sempre ouvido. E ao ouvir sua voz, há os que correm, há os que riem, há os que choram, há os que temem e há os que os ouvem e dançam ao seu som, percebendo que ir e vir é próprio de vento.

De acordo com a Wikipedia, vento é o ar em movimento. Resulta do deslocamento de massas de ar, derivado dos efeitos das diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões distintas e é influenciado por efeitos locais como as curvas de relevo e a rugosidade do solo. Gostei dessa definição e principalmente perceber que o vento é influenciado pelo local onde se encontra. Ou seja, há um vento para cada região, há uma forma de soprar em cada região e o ar se movimenta de maneira diferente em locais diferentes. E assim também é o Pai que age de forma diferente em lugares diferentes para pessoas diferentes em situações diferentes.

O ar se move e esse mover é percebido através do vento. E da mesma forma, Deus se move e seu mover deve ser percebido através de nós …

Acho que passar por aí o que Jesus quis dizer…

Fabrício Veliq
27.01.10 11:45

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