Era uma vez uma pequena semente que queria ser árvore…

Era uma vez uma pequena semente que queria ser árvore…

Era uma vez uma pequena semente que queria ser árvore. Sempre admirava as diversas que estavam a sua volta e sempre pensava: “um dia, serei como minhas vizinhas. Grande e forte e ninguém mais falará do meu tamanho”. Era seu sonho todo dia. Dia após dia a pequena semente acordava e pensava dessa forma. Pois quando somos pequenos, tudo nos parece maior. É como olharmos para algo quando estamos deitados. O algo sempre nos apresentará como grande demais.
Chegou o dia em que, como toda semente que é plantada,  ela deixou de ser semente e começou a crescer. E a cada crescida que dava, pensava consigo mesma: “estou me aproximando ainda mais de ser como minhas vizinhas” e chorava por ter a impressão da demora em chegar ao tamanho delas.
Por não alcançar o tamanho que queria depois de um certo tempo, a pequena semente decidiu esquecer sua ânsia de olhar somente para as outras plantas acima dela e passou a observar as coisas a sua volta.
Ao olhar se espantou da beleza que a cercava, beleza que nunca havia reparado pois seus olhos sempre estavam olhando para cima na comparação com as outras plantas.
Encantou-se com a pequena grama que chegava até seu caule, com os pássaros que se alimentavam dos néctares de suas flores e com o verde dos campos no seu entorno. E começou a pensar que talvez seria melhor não crescer, seria melhor ficar daquele tamanho para sempre uma vez que tudo estava tão bom e tão lindo em seu entorno. Começou a sentir que perderia algo se crescesse. Que os pássaros não viriam mais, que não veria mais a grama nem as flores, que o sol seria mais forte e várias outras intempéries vinham à sua mente.
Porém continuou a crescer. E a medida que crescia, foi esquecendo dos dramas que perfaziam sua mente anteriormente e foi seguindo seu percurso natural até chegar o dia em que se tornou árvore.
Ao se tornar árvore, olhou para baixo e viu que aquilo que antes era tão grande a seus olhos de semente, na verdade eram as menores flores daquele jardim.
Percebeu também que os pássaros não sumiram, que o sol não estava mais forte e que a grama continuava sua amiga.
E assim, ponderou consigo mesma: “às vezes as coisas que nos parecem grandes, nada mais são que visões de uma perspectiva diferente, e as coisas que achamos que perderemos no percurso são as que ficarão conosco para sempre”
E ficou feliz por aprender a ser árvore.
Passou a ensinar as pequenas sementes que como ela, olhavam para as flores e pensavam que nunca as alcançariam ensinando-as tanto a grandeza de serem árvores, quanto a admirar as pequeninas plantas e tudo que está à sua volta seja no topo de seus galhos, seja no baixo de suas raízes…

Fabrício Veliq
25.01.10 15:21

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