no meio do parque tinha um banco do outro lado do rio

no meio do parque tinha um banco do outro lado do rio


Era uma vez um parque e nesse parque havia praças e nessas praças havia bancos. Bancos de diversas cores sendo que cada praça tinha somente três bancos. As pessoas passeavam pelo parque olhando as árvores, ouvindo os pássaros, admirando os bancos ora sujos, ora limpinhos, ora de pedras, ora de madeira. E isso acontecia todo dia.
Certo dia uma menina andava por entre as árvores do parque, quando avistou um pequeno rio, com uma ponte e um banco branco, diferente de todos os outros bancos do parque que vira antes.
Decidiu verificar o que havia acontecido e qual o motivo daquele banco estar lá do outro lado do rio.
Foi até o banco e o observou. Realmente era difernte de todos os outros bancos que vira no parque. Esse era de uma madeira mais clara e com uns detalhes mais trabalhados do que os outros. Resolveu sentar no banco e percebeu que era bem mais confortável também. Não entendia o motivo. Pensou consigo mesma: Mas por que todos os outros bancos não são feitos da mesma forma que esse banco, com o mesmo conforto e beleza sutil dele?
Resolveu perguntar ao zelador do parque. Chegando até ele, perguntou:
– Por que esse banco é diferente de todos e ele está no lugar de mais difícil acesso do parque?
O zelador, olhando para a menininha de 10 anos responde:
– Esse banco está aí, pois é um dos mais belos bancos que temos. Ele foi trabalhado por um dos melhores artistas da cidade e por isso que fica em local isolado.
– Mas eu consegui chegar até ele por uma ponte que tinha. Disse a menina de forma simples e tranquila
– Exatamente. Somente quem atravessa a ponte é que consegue desfrutar do prazer de sentar naquele banco.
– Mas por que as pessoas não atravessam a ponte e aproveita a vista que é tão legal e bonita daquele lugar?
– Por que acham que aquele é somente mais um banco do parque. Acham difícil atravessar a ponte. Muitos ficam na dúvida se vale a pena atravessar a ponte ou não.
Geralmente ouço as pessoas comentando entre si dizendo: Ah não, vou ter que andar na ponte inteira até chegar lá? E se não for tão bom assim? E se o banco não for tudo aquilo que eu acho que ele seja?
Por esse motivo é que na maioria das vezes preferem ficar nos bancos habituais do parque mesmo.
A menininha surpresa com a resposta, fala ao zelador:
– Eu se fosse essas pessoas, atravessaria sempre as pontes para ver os bancos que estão do outro lado do rio. Quem sabe não iria voltar sempre nele para descansar e observar o parque de outra forma totalmente diferente?
– Realmente querida. Seria bom se todos pensassem assim.
A menininha então atravessou a ponte novamente para ir até o banco. Observou seus detalhes, sua cor, o conforto que proporcionava e ficou por lá o dia inteiro. Ora deitando nele, ora sentando e vendo os peixes no rio, ora observando as aves e árvores que dava para ver somente daquele lado.
Depois chamou seus pais para verem o banco e sentarem nele. Eles estavam admirados pois nunca haviam pensado em atravessar a ponte.
O zelador simplesmente olhava para a menininha e seus pais e sorria ao perceber que mais uma pessoa atravessou o rio e achou o melhor banco do seu lindo parque…

Fabrício Veliq
30.08.09 – 15:49

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