refelxão sobre a vontade de Deus

Hoje penso sobre a vontade de Deus.

O que será que vem a ser essa vontade? A cada dia percebo que o reino de Deus é um reino moral e como reino moral, o que está em jogo não são os atos em si, mas antes as motivações desses atos.

Por estar há 26 anos em uma igreja, já ouvi muito sobre a vontade de Deus. Na minha adolescência, o que mais ouvia era que estar no centro da vontade de Deus implicava em dor, abnegação, estar sempre contrário a sua própria vontade e coisas do tipo.

Com o passar do tempo, percebi que a vontade de Deus não precisa ser assim. Paulo já dizia que podemos experimentar qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. A vontade de Deus tem que ser assim, pois Deus é assim: bom, perfeito e agradável.

Com o passar dos anos, passei a acreditar não mais no Deus carrasco que é cruel para os que escolhem andar nos seus caminhos, antes, no Deus que me ama e sempre tem o melhor para mim em cada circunstância da vida.

Viver com Deus é um viver alegre, pois Deus é alegre (embora muitos acreditam que não seja).

Dessa forma, a cada dia penso que Deus não vai dizer a pessoa com a qual você deve casar, qual emprego você deve aceitar, que curso irá fazer e coisas do tipo. Os que pensam e esperam de Deus esse tipo de resposta se manifestam como crianças, pois isso se faz quando somos crianças. Aí o pai precisa passar essas orientações para os filhos, para que não se percam na volta das aulas, para que não entrem por caminhos estranhos e diversas outras desventuras que ocorrem com crianças.

O pai porém reconhece quando o filho já é adulto e capaz de tomar suas próprias decisões. Ele sempre alerta, mas acredita que o filho tem a capacidade de fazer suas escolhas de acordo com os princípios ensinados. E assim é Deus conosco, sempre torcendo para que cheguemos a sermos capazes de tomar as decisões como embaixadores dele aqui na Terra, pois essa é a função do embaixador: representar os interesses de seu país dentro do país estrangeiro. E só adultos podem ser embaixadores.

Dessa forma, obediência à vontade de Deus é algo que o próprio Pai espera de nós baseado nos princípios que temos da parte dele ao convivermos com ele. Quanto mais convivemos com o Pai, percebemos o quanto ele nos ama e o quanto está disposto a nos auxiliar em nossas questões.

Assim que penso a vontade de Deus: boa, perfeita e agradável para todos e baseada em princípios, não em meros atos farisaicos que se vestem de vontade de Deus, mas que na verdade não revelam isso.

Acredito que a vontade de Deus implica em mudança para o mundo. Não acredito em um Deus que se preocupa com futilidades tais como: essa calça que você veste tem um tom de verde muito estranho, não corte seu cabelo, não beba, não entre nesse lugar ou naquele outro.
Porém infelizmente percebo a cada dia, mais extremistas que colocam no ato e não no princípio a palavra do Pai. Aconteceu com o povo judeu e isso tem acontecido conosco hoje.

Sendo assim, se dizemos que estamos fazendo a vontade de Deus, mas não há diferença nenhuma na sociedade em que estamos inseridos, temos que rever se realmente entendemos que vontade é essa.

A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável para o bem do homem e não para o bem de Deus. Deus quer nosso bem, nosso sucesso, nossa felicidade assim como todo pai deseja isso para seu filho, embora já tenha ouvido inúmeras vezes que Deus não quer isso para nós. Não acredito em um pai assim.

Muitas vezes a vontade de Deus não é a nossa e muitas vezes não a entendemos, simplesmente aceitamos pela fé.

Mas sempre penso no lema da ABU (aliança bíblica universitária) que devemos ter uma fé que pensa e uma razão que crê. Isso evita que caiamos em situações que achamos que é a vontade de Deus quando não se é.

Que procuremos viver na vontade de Deus, vontade que é boa, perfeita, agradável e transformadora do mundo sempre lembrando de Mateus 7:11 que, para mim, manifesta e exemplifica bem as motivações do Pai:

Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?

Fabrício Veliq
12.08.09 15:03