Feliz Natal

Feliz Natal

Gosto de pensar sobre o natal. Essa época do ano que alguns admiram, que outros acham muito enfadonha e que outros vêem somente como evidências de um capitalismo dominante. Mesmo entendendo todas essas definições, ainda assim, gosto de pensar no natal.
Para começar, todos sabemos que Jesus não nasceu em 25 de dezembro. Há até os que não celebram o natal por acreditarem que é somente uma festa pagã adaptada pelos romanos numa efetivação de um sincretismo religioso, que, na verdade ,isso é uma adoração ao deus sol, ou a outro deus chamado Ninrode. 
Se formos olhar no calendário judaico, se não me engano, o nascimento de Jesus se deu por volta de março ou abril, ou seja, nada a ver com dezembro.
Para nós cristãos no entanto, o que faz essa celebração ser tão especial não é a data, antes o acontecimento que se liga à essa data.  Nós cristãos, no dia 25 de dezembro, celebramos o nascimento do salvador do mundo, o Filho que foi dado, a encarnação de Deus para reconciliação do mundo através da carne. 
Esse é o sentido do natal para nós. Não é somente um menino que nasce em uma manjedoura por não haver espaço na hospedaria. Penso até que Jesus não foi o único a nascer nesse dia em situações precárias, contudo esse em especial, e aqui necessitamos de um salto de fé muito grande uma vez que não conseguimos provar isso, é o próprio Deus vindo a nós.
O natal cristão simboliza esse nascimento da esperança. Esperança de que fomos perdoados dos nossos pecados, que fomos salvos da ira, que fomos reconciliados com o criador. 
O natal cristão simboliza que o amor de Deus se manifestou da forma mais próxima que podia estar do homem, ou seja, como homem. E por estar entre nós e viver entre nós, é capaz de nos entender em nossos lamentos, nossas angústias, nossas alegrias e nossos desejos.
Para mim, o natal traz consigo essa consciência de que Deus se manifestou e se revelou aos simples. Aos simples pastores que estavam no campo cuidando do rebanho, apresenta-se um coral de anjos cantando e anunciando o nascimento do Rei. A simples astrólogos que observavam as estrelas no céu deu-lhes a sabedoria de interpretar o que estava acontecendo e capacidade para ver a estrela do messias no oriente e seguir a procurá-lo, ao simples ancião Simeão que reconheceu no menino a ser apresentado no templo a promessa salvífica feita por Deus há vários anos pelas bocas dos profetas, dentre outros que poderíamos citar para exemplificar essa manifestação aos simples..
Percebemos uma manifestação aos marginalizados, e não aos que pertenciam ao círculo religioso. Ou seja, o natal mostra-nos um Deus que se revela de diversas formas, seja abrindo o céu com corais de anjos, seja mostrando uma estrela diferente no oriente, seja na figura do menino deitado na manjedoura. 
A meu ver, o natal mostra um Deus humilde que nasce humilde mostrando que a grandeza diante Dele consiste em humildade e simplicidade. 
Mostra um Deus subversivo que vai contra toda uma forma que a sociedade da época esperava, que não segue o padrão que todos achavam. Ao invés do rei político nascido da linhagem real no palácio, um filho de um carpinteiro da linhagem de Davi. Ao invés de vários súditos em volta do menino para ajudá-lo, apenas o pai e a mãe dos mesmos ouvindo os primeiros choros.
E por fim, se me pedissem para descrever o natal em uma única palavra, diria que se trata de reconciliação. Pois em toda essa história percebemos Deus reconciliando consigo o mundo, fazendo-nos refletir que muitas vezes é preciso que reconciliemos com nosso passado, com nossas histórias e com aquilo que somos..
Nele, reconciliemo-nos com Deus, com o mundo e conosco mesmos.
Feliz Natal.

Fabrício Veliq
24.12.11 – 12:26

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