Pequenas mudanças, grandes diferenças
Photo by Javier Allegue Barros on Unsplash
Com a entrada de um novo ano também aparecem as resoluções para ele. É muito comum pessoas fazerem listas daquilo que pretendem realizar no ano que se inicia e, geralmente, empolgadas, planejam grandes mudanças em seu cotidiano. Emagrecer, focar mais em atividade física, começar um novo curso, aprender uma nova língua etc, quase sempre aparecem nessas aspirações para o novo ano.
Nada de errado nisso. Afinal, é excelente que haja planos e planejamentos para a vida. Eles são responsáveis para que não se caia em certo conformismo, ou pior ainda, numa ausência de sentido, o que pode levar à depressão e a outras doenças. Do outro lado da moeda, a ideia de fazer inúmeros planos, muitas vezes intangíveis, na ânsia de dar conta de uma sociedade que cada vez mais exige que todo seu tempo seja “investido” em alguma coisa, também pode levar a uma frustração de nunca se alcançar aquilo que se planeja e, por isso, não dificilmente se ouvem especialistas dizendo que o importante é ter metas tangíveis, de maneira que o esforço a ser utilizado para alcançá-las não seja algo que trará prejuízo psicológico ou físico.
Algo que se mostra importante de se perceber é que nessas novas resoluções geralmente está presente o fator da mudança. Esse planejamento de mudança, por sua vez, muitas vezes leva pessoas a pensarem que toda modificação para o novo ano deve ser algo grande, algo que faça uma transformação em 180º graus na vida e que, a partir do novo ano que se inicia, uma nova pessoa totalmente diferente da que foi no ano passado nascerá. Geralmente, não percebem que, muitas vezes, as grandes mudanças desejadas começam com pequenos passos dados em direção àquilo que se almeja.
Como exemplo, basta imaginarmos um avião que decola com 1 grau de diferença daquilo que estava planejado. Num primeiro momento, parece que esse um grau não afetará muito a rota do piloto. Contudo, basta alongar um pouco mais essa linha para se perceber que tal voo chegará muito distante daquilo que se tinha em mente, o que serve como exemplo para mostrar que grandes alterações na vida, muitas vezes, não precisam de mudanças muito bruscas, mas de pequenas mudanças capazes de alterar o caminho para onde se tem ido.
Se por um lado tal constatação pode causar certo alívio, também é um convite para que se esteja atento às mudanças que são feitas ao longo da vida. Pequenas alterações podem nos levar para muito longe ou para muito perto de onde queremos chegar. Com isso, analisar e estudar a rota que se pretende tomar se torna uma tarefa importante para toda mudança que se pretende fazer, principalmente no início de uma nova jornada anual.
Claramente, é sabido que a vida não é uma linha reta e nem sempre aquilo que se estuda e planeja se concretiza, mesmo que tomando todos os passos que se julgam necessários. Contudo, não fazer tal estudo e planejamento pode fazer com que o percurso a ser percorrido se torne mais longo, com maior gasto de energia e, não dificilmente, com uma chegada em um lugar que não se gostaria de ir. Diante disso, não temer as mudanças, vê-las como possíveis, planejá-las e ter a consciência de que a menor delas pode trazer grandes benefícios devem ser sinal de esperança para o novo ano que se inicia.